domingo, 21 de novembro de 2010

Inclusão de deficientes é tema de fórum Em Curitiba há 190 mil pessoas com algum tipo de limitação física, e só 6. 170 têm trabalho

Apresentar à comunidade industrial um panorama da inclusão das Pessoas com Deficiência reabilitados no mercado de trabalho foi o objetivo do Reatiba – I Fórum de Reabilitação, Inclusão e Tecnologia, realizado ontem no Cietep, em Curitiba. Promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania (CPCE), da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o fórum reuniu especialistas e representantes do poder público para discutir, entre outras questões, a Lei de Cotas e a Lei de Cotas da Aprendizagem.
O evento apresentou também uma mostra de produtos, serviços e tecnologias diferenciadas voltadas a essa parcela da população, além de diálogos sobre questões específicas sobre os diversos tipos de deficiência – visual, física, intelectual e auditiva. As empresas Copel, Novozymes, Sadia, Wall Mart, Volvo do Brasil e HSBC apresentaram os cases de seus programas de inclusão. O desfile de roupas para PcD, desenvolvidas pela professora do Senai Cianorte, Leny Pereira, encerrou o evento.
“É importante perceber que somos um público de 24 milhões de pessoas no Brasil todo que sofre de algum tipo de deficiência, e que essas pessoas estão ávidas por produtos que atendam suas necessidades”, disse a empresária Mirella Prosdóscimo, sócia da Adaptare, consultoria especializada em acessibilidade. “É importante que essa demanda tenha expressão e que sejam feitos investimentos no sentido de desenvolver produtos, principalmente nesse momento, em que a questão está tendo mais enfoque”, afirmou Mirella, que faz parte do CPCE.


A empresária apresentou o Escritório Adaptare. Criado com o objetivo de eliminar as barreiras de acessibilidade e atender a todas as necessidades. “O projeto inédito foi criado com o foco em conforto, flexibilidade e segurança”, observa uma das sócias, Tatiana Moura.
De acordo com o secretário Irajá de Brito Vaz, proposta do fórum é facilitar a comunicação entre o que a indústria produz, em termos de produtos voltados às pessoas com deficiência, e o consumidor. “O Reatiba tem a função de ser concentrador de novas idéias e tecnologias e divulgá-las no mercado. A ideia é tornar o nome Reatiba uma referência no calendário anual de Curitiba. fazendo com que esse fórum se transforme em uma feira, a exemplo do que já acontece em alguns Estados como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, disse ele.
Para o secretário do Trabalho e Emprego de Curitiba, Paulo Afonso, ainda há muito a avançar nessa questão. “Segundo o senso de 2000, há cerca de 190 mil pessoas com deficiência em Curitiba e, destas, de acordo com dados do CAGED 2009, apenas 6.170 estão empregadas”, disse ele.
Romeu Sassaki, do CONADE, enfatizou a diferença entre uma empresa integrativa e uma empresa inclusiva. “O primeiro caso é da empresa em que a empregabilidade é responsabilidade exclusiva do candidato, é ele que deve estar pronto para ser empregado. No caso da empresa que pratica a inclusão laboral, a empregabilidade é responsabilidade compartilhada 50% pela empresa e 50% pelo candidato”, explicou ele.
Normas — Arquitetos e engenheiros da Prefeitura de Curitiba e técnicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) discutiram as mudanças na norma que regulamenta as questões de acessibilidade, a NBR – 9050. No encontro, foram apresentadas mudanças já em estudo em outras capitais e discutidas as alterações propostas por Curitiba.

Nenhum comentário:

Postar um comentário